
Ponte da Barca - Toponímia

A toponímia é um instrumento fundamental para conhecer e preservar a identidade local. Pelas ruas de uma localidade passaram pobres e ricos, figuras que, de uma forma ou de outra, marcaram o seu tempo e a nossa história. Através delas e do nome que elas encerram podemos hoje olhar para trás e recriar um passado.
Tendo em conta a inexistência de trabalhos nesta área, este é um trabalho aguçado pela curiosidade de uma barquense que faz aqui uma primeira abordagem à toponímia da vila de Ponte da Barca.
Para o desenvolvimento do assunto foram tidas em conta as Actas das Sessões Camarárias entre 1895 e tempo actual, Livros de Expostos, jornais locais, testemunhos orais e um mapa actual da vila cedido pela Câmara Municipal.
25 de Abril, Largo
Localização: Junto à Rua José Lacerda
Resenha Histórica:
Até 1931 era conhecido pelo Largo de Santo António do Buraquinho devido à
capela de Santo António que aí ainda hoje se encontra. Entre 1931 e Maio de
1974 passou denominar-se por Largo Doutor Oliveira Salazar um topónimo sugerido
em reunião de câmara para homenagear o "eminente estadista e grande homem de
bem"[1].
Em 1974, por sugestão da Comissão de Unidade Democrática, foi-lhe atribuído o
topónimo Largo 25 de Abril reflectindo assim, mais uma vez, a realidade
política portuguesa.
Amargura, Rua da
Começa: Rua José Lacerda
Acaba: Largo Dr. Vaz Guedes
Resenha histórica:
Foram inquiridos alguns moradores desta rua que demonstraram desconhecer por completo a origem deste topónimo. É uma rua já mencionada no início do século XX e é possível que a sua origem esteja ligada a algum período mais difícil da história local/nacional.
Angola, Rua de
Começa: Rua Comendador José Carneiro Bouças
Acaba: Rua da Justiça
Resenha Histórica:
Topónimo atribuído em 2001, inserindo-se num conjunto que foram atribuídos como forma de relembrar um passado comum. Angola foi uma colónia Portuguesa até 1975.
António Carneiro, Rua
Começa: Rua D. João Peres de Aboim
Acaba: Avenida da Liberdade
Resenha histórica:
Figura de destaque no concelho nos anos 20/30, tendo inaugurado a luz eléctrica em Ponte da Barca[2] e exercido o cargo de Presidente da Câmara Municipal.
António José Pereira, Rua
Começa: Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Acaba: Rua Doutor Joaquim Moreira de Barros
Resenha histórica:
Também apelidado de "O Estanqueiro", nasceu no lugar do Barral, na freguesia de Vila-Chã (S. João), foi o principal colaborador do Padre José Rodrigues dos Reis na construção do Hospital Novo.[3]
António Veloso, Rua
Começa: Rua José Lacerda
Acaba: Largo Dr. Vaz Guedes
Resenha Histórica:
Anteriormente Rua das Fontainhas, recebeu o nome de António Veloso em 1911 dando seguimento a uma proposta toponímica de Janeiro de 1906. Foi uma pessoa que se distinguiu pelos importantes serviços prestados à terra.
Atrás do Forno, Rua
Começa: Rua José Lacerda
Acaba: Rua Diogo Bernardes
Resenha histórica:
Rua situada na parte mais antiga da vila e que deve o seu nome ao antigo forno comunitário que ali se encontrava.
Bombeiros Voluntários, Avenida dos
Começa: Avenida da Liberdade e rua Diogo Bernardes
Acaba: Limites da vila
Resenha histórica:
Nome atribuído em honra dos bombeiros voluntários desta localidade.
Brasil, Rua do
Começa: Rua da Justiça e Rua de Angola
Acaba: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro
Resenha histórica:
Topónimo atribuído em 2001, inserindo-se num conjunto que foram atribuídos como forma de relembrar um passado comum. O Brasil foi uma colónia portuguesa desde o desembarque de Pedro Álvares Cabral em 1500 até 1822, altura em que se tornou independente.
Choupal, Largo do
Localização: Junto ao Rio Lima
Resenha Histórica:
O local tem este nome devido à grande quantidade de choupos aí plantados.
Comendador José Carneiro Bouças, Rua
Começa: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro
Acaba: Rua das Fontainhas
Resenha histórica:
Natural de Ponte da Barca, foi Presidente da Câmara Municipal entre 1953 e 1965 e neste cargo promoveu obras de melhoramento em todo o concelho. Foi também Provedor da Santa Casa da Misericórdia na mesma altura e conseguiu a comparticipação do Estado para transformar o Asilo Condes da Folgosa no Lar Condes da Folgosa, passando este a ter capacidade para 60 pessoas. Em 1975 começou o Apoio à Infância e, em 1963, foi inaugurado o Jardim-de-infância e Creche "José Carneiro Bouças".
Comunidade Europeia, Avenida da
Começa: rua Dr. Francisco Sá Carneiro e Rua Dr. Carlos Araújo
Acaba: Nos limites da vila
Resenha histórica:
Topónimo atribuído em 2001, não constando da proposta a razão para a sua atribuição. Presume-se, no entanto, que a escolha esteja ligada à realidade nacional enquanto membro desta comunidade a que Portugal aderiu em 1986.
Conceição Meireles, Rua
Começa: Rua Dr. António Careiro
Acaba: Rua de St. António
Resenha histórica:
Benemérita do concelho, esteve directamente ligada à construção do Bairro Municipal.[4]
Condes da Folgosa, Rua
Começa: Rua José Lacerda
Acaba: Rua Doutor Joaquim Moreira de Barros
Resenha histórica:
António de Sousa e Sá foi o 1º Conde da Folgosa por ter casado com a Condessa D. Júlia Sofia de Almeida Brandão e Sousa, em 1880. Foi par do reino electivo, grande benemérito da Misericórdia e do seu hospital criando a enfermaria dos Condes da Folgosa, e foi o responsável pela fundação do actual Lar Condes da Folgosa que se situa na rua com o mesmo nome.[5]
Cónego Avelino Jesus da Costa, Rua
Começa: Rua João de Magalhães
Acaba: Rua Heróis do Ultramar
Resenha histórica:
Nasceu na freguesia de Vila Chã de São João, Ponte da Barca, em 1908. Dos seus vários trabalhos destaca-se a monografia "Subsídios para a História da Terra da Nóbrega e do Concelho de Ponte da Barca". É descrito na imprensa local como um " grande impulsionador do principal Santuário Mariano do Concelho de Ponte da Barca e um dos principais do Distrito (o Santuário de Nossa Senhora da Paz), o Cónego Avelino de Jesus da Costa destaca-se na história, na ciência e na cultura portuguesa".
Conselheiro Rocha Peixoto, Rua
Começa: Junto à ponte sobre o rio Lima
Acaba: Rua António José Pereira
Resenha histórica:
Nasceu na freguesia de Santa Eulália de Ruivos foi Administrador do Concelho em 1845-48 e 1865, Governador Civil de Viana do Castelo, Delegado e Procurador Régio em Ponte de Lima, Valpaços, Monção e Soalhães, Curador dos Órfãos em Ponte da Barca, deputado e Conselheiro do Rei D. Luís I. Senhor das Casas do Outeiro e do Calão, em Oleiros.[6] Até 1911 esta artéria da vila era conhecida por "Rua Estrada".
Cooperativa, Largo da
Localização: Entre a Rua Plácido de Vasconcelos e a Rua D. Manuel I
Resenha histórica:
Antigo largo da fonte velha, passando depois a ser conhecido por Largo do Grémio, contudo, aquando da queda do Estado Novo e do consequente fim dos Grémios Nacionais, passou a denominar-se Largo da Cooperativa devido ao surgimento naquele espaço de uma Cooperativa Agrícola.
Corisca, Rua da
Começa: Avenida da Liberdade
Acaba: Junto a uma habitação
Resenha histórica:
Topónimo rural, muito comum em Portugal e na Galiza. De "coriscar" relampejar, faiscar, brilhar instantaneamente.
Côrro, Largo do
Localização: Junto ao rio Lima e ao Choupal.
Resenha histórica:
Topónimo cujas origens se perdem no tempo. Aí esteve instalada no século XIX a União Fabril Portuense, passando, no início do século XX, a um depósito de madeira. Desde então tem tido as mais variadas finalidades, servindo actualmente como parque de estacionamento.
Cruzeiro, Rua do
Começa: Junto à ponte romana do Rio Vade
Acaba: Avenida da Liberdade
Resenha histórica:
Topónimo de carácter religioso, devendo a sua atribuição à existência naquele local de uma cruz em pedra datada de 1801. Esta rua, que vai da ponte romana ao campo de futebol, foi cortada na década de 80 pela Avenida da Liberdade.
D. João I, Rua
Começa: junto ao Campo de Futebol
Acaba: Rua Dr. António Carneiro
Resenha histórica:
A escolha deste topónimo deverá estar ligada à passagem de D. João I com a sua corte e numerosa comitiva em Outubro de 1386. Em guerra com o rei de Castela, D. João dirigiu-se à Corunha onde desembarcou o Duque de Lencastre, pretendente aos tronos de Leão e Castela, e a quem D. João procurava aliar-se. Durante a sua estada este concelho foi, para efeitos administrativos, capital do reino.
A este respeiro na Crónica de D. João I, da autoria de Fernão Lopes, pode ler-se: "O Condestabre, quoando vio o recado dell Rey como o Duque era em Gualiza, e que porquoamto cupria de se ver com elle lhe mamdava que se fizese prestes e se fose peraquell lugar huu aviam de ser as falas, trabalhou loguo de se coreger. E com çertos cavaleiros e escudeiros, bem coregidos e emcavalguados partio pera alla. E achou ell Rey na Pomte da Barqua, que de sua vimda foy asaz ledo e o reçebeo muy bem".
D. Manuel I, Rua
Começa: Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Acaba: Rua Dr. Carlos Araújo
Resenha histórica:
Rei de Portugal entre 1495 e 1521 por nomeação testamentária de seu cunhado e primo o rei D. João II. A escolha do topónimo prende-se com o facto de ter sido o responsável pela atribuição do Foral à Terra da Nóbrega em 1513.
Diogo Bernardes, Rua
Começa: Avenida dos Bombeiros Voluntários e Avenida Da Liberdade
Acaba: Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Resenha Histórica:
Conhecida como Rua da Fonte Nova até 1905, passou nesta altura a denominar-se Rua Diogo Bernardes.
Nascido em São João Vila Chã, como o provam o registo das Matriculas de Ordens da Sé de Braga onde Diogo Bernardes se declara" filho de Joam Roiz e de Catarina Bernardez, da freguesia de Sam Joam da Pomte da Barqua, desta diocese"[7]., foi um dos maiores poetas líricos portugueses.
"Num solitário vale, fresco e verde,
Onde, com veia doce e vagarosa,
O Vez, no Lima entrando, o nome perde.
Nesta nossa ribeira ambos nascidos."
(Diogo Bernardes, écloga Flora)
Dr. Alberto Cruz, Rua
Começa: Rua Maria Lopes da Costa
Acaba: Largo da Lapa
Resenha histórica:
Antiga Rua do Paço, em 1911 adquiriu o nome do ilustre médico que deixou marca indelével no seio da comunidade barquense.
Dr. António Lacerda, Praça
Localização: Rua António José Pereira
Resenha Histórica:
António Pereira da Costa Lacerda, pai de José Lacerda, foi Senhor da Torre de Quintela e moço fidalgo com serviço no Paço[8].
Dr. Bernardo Vieira Ribeiro, Rua
Começa: Rua D. João Peres de Aboim
Acaba: Rua de Santo António
Resenha histórica:
Ilustre médico barquense.[9]
Dr. Carlos Araújo, Rua
Começa: Rua António José Pereira
Acaba: Avenida da Comunidade Europeia
Resenha histórica:
Ilustre médico barquense falecido em 1980. Entre outros cargos, foi Director do Instituto de Investigação Cientifica em Angola e professor liceal em Arcos de Valdevez. No mês de Novembro do ano da sua morte foi homenageado numa cerimónia nos Paços do Concelho onde lhe foi atribuída a medalha de ouro do concelho e foi colocada a placa toponímica. Descrito nas notícias da época como "homem que se dedicou a praticar o bem ao longo dos anos".
Dr. Francisco Sá Carneiro, Rua
Começa: Rua Dr. Joaquim Moreira de Barros
Acaba: Rua Dr Carlos Araújo
Resenha histórica:
Advogado e político português. Tornou-se notado fazendo parte da ala liberal da Assembleia Nacional, sendo deputado independente (1969-73). Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, foi um dos fundadores e presidente do PPD, depois do PSD e fez parte do I Governo Provisório. Principal ideólogo da Aliança Democrática, que formou com o CDS e o PPM, venceu as eleições e tornou-se primeiro-ministro do VI Governo Constitucional, cargo que exerceu até falecer na sequência de um desastre de aviação em vésperas de eleições presidenciais.
Dr. Joaquim Moreira de Barros, Rua
Começa: Rua António José Pereira
Acaba: Avenida Heróis da Índia
Resenha histórica:
Ilustre médico barquense falecido em Fevereiro de 1975. Exerceu funções de Delegado e Director do Centro de Saúde local, fez parte da direcção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Ponte da Barca, foi um dos principais impulsionadores da criação do Rancho Folclórico desta vila e grande entusiasta do antigo Orfeão Barquense. Nas notícias da altura da sua morte é descrito como alguém que "gozava em todo o concelho da mais alta estima e respeitabilidade".
Dr. José António Alvares Pereira, Rua
Começa: Rua Dr. Bernardo Vieira Ribeiro
Acaba: Rua José Lacerda
Resenha histórica:
É descrito na proposta toponímica de 27 de Março de 2001 como administrador e apaziguador do Concelho.
Dr. José Lacerda, Rua
Começa: Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Acaba: Rua Condes da Folgosa
Resenha histórica:
Nasceu em 1958 na freguesia de São João Baptista e faleceu em 1903, tendo sido administrador do concelho no final do século XIX. É descrito na proposta toponímica como um "amante" da Barca que muito contribuiu para a divulgação do nome da sua terra.[10]
Dr. Vaz Guedes, Largo
Localização: Ao lado do Largo O Povo da Barca.
Resenha histórica
João Teixeira Queirós Vaz Guedes nasceu em Coimbra em 1871 e faleceu em Lisboa em 1826, altura em que várias localidades do país o homenagearam incluindo o seu nome na toponímia local. Fez parte do elenco governativo em 1923, como responsável pelas pastas do Comércio (de 9 de Janeiro a 15 de Novembro) e das Finanças (entre 24 de Outubro e 15 de Novembro). Este largo é mais conhecido por Largo do Urca.
Emigrante, Rua do
Começa: Rua Comendador José Carneiro Bouças
Acaba: Rua Padre José Rodrigues dos Reis
Resenha histórica:
Crê-se que este topónimo tenha sido atribuído em homenagem aos muitos emigrantes que deixaram o país em busca de melhores condições de vida.
Eng.º Adelino Amaro da Costa, Rua
Começa: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro
Acaba: Rua João de Magalhães
Resenha histórica:
Político português fortemente influenciado pela Democracia Cristã, faleceu no desastre de avião em Camarate juntamente com a sua esposa, Francisco Sá Carneiro e a esposa deste. Foi membro fundador do Partido do Centro Democrático Social (CDS) em 1974.
Feira do Gado, Travessa da
Começa: Rua José Lacerda
Acaba: Rua D. João Peres de Aboim
Resenha histórica:
Como o próprio nome indica esta travessa dava acesso à feira do gado que se realizou naquele local até meados da primeira metade do século XX.
Fernão de Magalhães, Avenida
Resenha histórica:
Navegador português que, ao
serviço do imperador Carlos V, comandou a armada que viria a realizar a
primeira viagem de circum-navegação ao globo. Na proposta toponímica é
referenciado como pertencente à família dos Magalhães, senhores da Terra da
Nóbrega.[11]
Fontainhas, Rua das
Começa: Rua Dr. Joaquim Moreira de Barros
Acaba: Rua Comendador José Carneiro Bouças
Resenha histórica:
No dicionário de língua portuguesa "fontainha" é designada como "fonte pequena" (do lat. fontanina) sendo "fontainhas" o seu plural. Este topónimo fica-se a dever à existência naquele local de uma fonte que a partir de 1884 se juntou às já existentes nesta vila, Fonte Velha e Fonte de São João.
Fonte Velha, Quelha da
Começa: Rua Plácido de Vasconcelos
Acaba: Junto ao rio Lima
Resenha histórica:
Quelha significa "rua estreita". O topónimo deriva da fonte que se encontra neste local e que é das mais antigas da vila. No final do século XIX foi considera, em reunião de câmara, uma das mais importantes fontes da vila de Ponte da Barca.
Frei Agostinho da Cruz, Praceta
Começa: Travessa Frei Agostinho da Cruz
Acaba: Rua Cónego Avelino Jesus da Costa
Resenha histórica:
Foi notável e apostólico orador, motivo pelo qual foi escolhido para confessor da Rainha D. Catarina e pregador de D. Sebastião[12].
Foi educado nos Paços do infante D. Duarte, onde contactou com o 3º' Duque de Aveiro e seu filho, o Duque de Torres Novas, e era irmão do literato Diogo Bernardes, que acompanhou D. Sebastião a Alcácer.
Frei Tomás de Sousa, Rua
Começa: Rua António Veloso
Acaba: Praça Pereira Lacerda
Resenha histórica:
Filho do donatário da Barca, doutor e mestre em Teologia, Comentador da Sagrada Escritura, confessor da rainha D. Catarina e pregador de D. Sebastião.
Galiza, Praça da
Localização: Por cima do parque de estacionamento subterrâneo.
Resenha histórica:
Topónimo atribuído em 27 de Março de 2001 em reunião de Câmara não fazendo a proposta toponímica qualquer referência à razão da escolha.
Guarda-fiscal, Largo da
Localização: Entre a Rua Atrás do Forno e a Rua José Lacerda
Resenha histórica:
Largo cujo nome deriva da existência naquele local do edifício da antiga guarda-fiscal.
Heróis da Guerra, Largo dos
Localização: Junto à Igreja Matriz
Resenha Histórica:
Topónimo atribuído em 27 de Março de 2001 de forma a homenagear aqueles que perderam a vida na Primeira Guerra Mundial. Neste conflito estiveram mobilizados cerca de 200 mil portugueses e as perdas atingiram quase 10 mil mortos.
Heróis da Índia, Avenida dos
Começa: Rua Dr. Joaquim Moreira de Barros
Acaba: Limites da vila
Resenha histórica:
Topónimo atribuído a 27 de Março de 2001 em forma de homenagem a figuras ilustres do concelho que perderam a vida na Índia.[13]
Heróis do Ultramar
Começa:Rua Cónego Avelino Jesus da Costa
Acaba: Limites da vila
Resenha histórica:
Topónimo atribuído a 27 de Março de 2001 e escolhido como forma de homenagem a todos os barquenses que perderam a vida nas guerras do Ultramar.
Imaculado Coração de Maria, Rua
Começa: Junto a edifício habitacional
Acaba: Rua João de Magalhães
Resenha histórica:
Topónimo de cariz religioso muito comum na toponímia nacional.
Isabel de Meneses, Rua
Começa: Rua D. Manuel I
Acaba: Junto ao rio Lima
Resenha histórica:
Esposa de António de Magalhães e Meneses. Em 1590, O Arcebispo de Braga, D. Frei Agostinho de Jesus, escreveu ao Bispo D. Jorge de Ataíde, representante do episcopado português na corte de Madrid, a pedir-lhe que, sendo possível, favoreça D. Isabel de Meneses, viúva de António de Magalhães, que era acusado de ter incorrido em certa pena por ter anexado o padroado de duas igrejas a uma albergaria para peregrinos, que fundou na vila de Ponte da Barca.
Jardim dos Poetas
Localização: Junto à Rua Maria Lopes da Costa
Resenha histórica:
Espaço dedicado aos poetas barquenses, com especial relevo para Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz em memória de quem foi naquele local erigido um monumento.
João da Costa Pereira, Rua
Começa: Avenida da Comunidade Europeia
Acaba: Rua João de Magalhães
Resenha histórica:
Foi governador da Ilha de S. Miguel e teve um comportamento heróico na Batalha de Montes Claros, na época da restauração.
João de Magalhães, Rua
Começa: Rua João da Costa Pereira
Acaba: Rua Cónego Avelino Jesus da Costa
Resenha histórica:
Barquense ilustre a quem D.João V doou a Terra da Nóbrega com todos os direitos e rendas.[14]
João Peres de Aboim, Rua
Começa: Rua Dr. Bernardo Vieira Ribeiro
Acaba: Rua Dr. Bernardo Vieira Ribeiro
Resenha Histórica:
Também conhecido por João Peres de Portel, nasceu na freguesia de Aboim da Nóbrega e foi criado em Santa Asias. Foi poeta-trovador, companheiro de Afonso III na França e depois seu mordomo-mor, fundador da vila de Portel e um dos mais ricos potentados do Reino.[15]
Justiça, Rua da
Começa: Rua de Angola
Acaba: Rua Dr. Carlos Araújo
Resenha histórica:
Topónimo atribuído em 2001, não contando na proposta toponímica nem nas actas de reunião de câmara a justificação da escolha.
Lapa, Largo da
Localização: Junto à Igreja da Lapa
Resenha histórica:
Lapa vem do latim vulgar lapa, derivado de lapis, 'lápide'. É componente de muitos topónimos portugueses e galegos.[16] Neste largo encontra-se a Capela de Nossa Senhora da Lapa, edificada no século XVII, e que possui no seu interior talha do século XVIII. Na fachada é visível a pedra de armas dos Magalhães e Menezes.
Lapa, Quelha da
Começa: Largo da Lapa
Acaba: Margens do rio Lima
Resenha histórica:
Rua estreita que a vai do Largo da Lapa às margens do Rio Lima
Largo da Misericórdia
Localização: Junto à Igreja da Misericórdia e Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Resenha histórica:
Largo em frente à Igreja da Misericórdia, cuja fundação remonta aos princípios do século XVI. Em 1923, por deliberação em reunião de câmara, este largo passou a designar-se Largo Sousa e Costa devido aos préstimos por ele prestados ao concelho. Foi descrito com "filho ilustre d´esta terra (...) ordenou a conclusão das obras do edifício do hospital d´esta vila o que representou um acto de verdadeiro altruísmo..."[17] Com o decorrer do tempo este largo voltou a designar-se Largo da Misericórdia, ficando o topónimo Sousa circunscrito a um espaço menor ao lado.
Liberdade, Avenida da
Começa: Avenida dos Bombeiros Voluntários e Rua Diogo Bernardes
Acaba: Avenida dos Heróis da Índia
Resenha Histórica:
Topónimo atribuído em 2001, não contando na proposta toponímica nem nas actas de reunião de câmara a justificação da escolha. É, no entanto, um topónimo que nos remete para um dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição de 1976.
Manuel Cerveira Pereira, Rua
Começa: Junto a propriedade privada
Acaba: Rua Cónego Avelino Jesus da Costa
Resenha histórica:
Primo de Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz. Foi o oitavo governador de Angola e conquistou o reino de Benguela.[18]
Maria Lopes da Costa, Rua
Começa: Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Acaba: Rua Dr. Alberto Cruz
Resenha Histórica:
Filha do fidalgo Ruy Lopes da Costa neto de D. Rodrigo Taveira.[19] Segundo alguns autores é tida como a proprietária da casa mais antiga da vila. O Padre António Carvalho da Costa na sua investigação sobre as origens da vila de Ponte da Barca, atribui-lhe um papel importante no povoamento de Ponte da Barca, pela numerosa descendência.[20] O mesmo autor refere:"Foy a sua casa a primeira de sobrado, que alli houve, e em que vivia sua filha Isabel Gonçalves da Costa, quando el-Rey D. Manoel veyo a Santiago de Galliza e nella pousou, fazendo-lhe muitas mercês a seus filhos."[21] Este topónimo foi atribuído em 1911, sendo que até então aquele local era conhecido por Largo do Pelourinho.
Matriz, Travessa da
Começa: Rua Atrás do Forno
Acaba: Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Resenha histórica:
Travessa que dá acesso à Igreja Matriz.
Moçambique, Rua de
Começa: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro
Acaba: Edifício habitacional
Resenha histórica:
Topónimo atribuído em 2001, inserindo-se num conjunto que foram atribuídos como forma de relembrar um passado comum. Moçambique foi uma colónia portuguesa até 1975.
Noticias da Barca, Rua
Começa: Rua Dr. Bernardo Vieira Ribeiro
Acaba: Rua Condes da Folgosa
Resenha histórica:
Topónimo adquirido devido a facto de ali se encontrarem as instalações do jornal Noticias da Barca, fundado em 1975 por Gualter Bacelar.
O Povo da Barca, Largo
Localização: Junto à Rua Dr. António Veloso e ao Largo Dr. Vaz Guedes
Resenha Histórica:
Antigo Campo do Forno, este topónimo é depois adquirido devido ao facto de ali se encontrarem as instalações do jornal O Povo da Barca, fundado em 1899 por Manuel Augusto Leite Ribeiro.
Oliveiras, Rua das
Começa: Rua Doutor Joaquim Moreira de Barros
Acaba: nos limites da freguesia de Paço Vedro Magalhães
Resenha Histórica:
Topónimo rural muito comum em Portugal e que na maioria dos casos está ligado à existência destas árvores no local em questão.
Padre José Rodrigues dos Reis, Rua
Começa: Rua António José Pereira
Acaba: Rua da Justiça e Rua de Angola
Resenha histórica:
Conhecido por Padre José do Barral, foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia, propôs a construção do hospital da Misericórdia, tendo contribuído para as despesas e trabalhado arduamente para levar a bom termo esta obra[22].
Plácido Vasconcelos, Rua
Começa: Largo da Lapa
Acaba: Largo da Cooperativa
Resenha histórica:
Conhecida como Rua da Fonte Velha até ao inicio do século XX, altura em que lhe foi atribuído o nome de Plácido de Vasconcelos. Nesta rua terá funcionado, entre finais do século XVIII e início do século XIX, a Casa da Roda e posteriormente o Hospício.
Rádio Barca, Rua da
Começa: Rua das Oliveiras
Acaba: Junto a um edifico habitacional
Resenha histórica:
Topónimo cuja atribuição se prende com o facto de ali se encontrarem os estúdios da Rádio Barca fundada a 1 de Março de 1987.
Raposeiras, Rua das
Começa: Rua das Oliveiras
Acaba: Junto a um edifício habitacional
Resenha histórica:
Topónimo de carácter animal muito comum em Portugal. Na maioria dos casos estes locais registaram em tempos grande presença de raposas.
República, Praça da
Localização: Confronta com Rua António José Pereira, Rua Padre José Rodrigues dos Reis e Rua Dr. Carlos Araújo
Resenha Histórica:
Até Janeiro de 1911 este espaço era conhecido por Campo Frei Agostinho da Cruz, altura em que a Comissão Municipal lhe atribuiu o nome de "Praça da República".
Em reunião de Câmara de 20 de Maio de 1974 foi mandada colocar finalmente a placa toponímica com o nome "Praça da Republica" devido à conjuntura política de então.
São Bartolomeu, Travessa de
Começa: Ruía Condes da Folgosa
Acaba: Rua Doutor Joaquim Moreira de Barros
Resenha histórica:
Topónimo adquirido por se encontrar naquele local a capela de São Bartolomeu, mandada construir na segunda metade do século XVII.
São João, Rua de
Começa: Largo S. João
Acaba: Campo do Corro
Resenha histórica:
Topónimo religioso ligado ao Largo e à fonte de São João.
São João, Largo de
Localização: Junto à fonte de S. João
Resenha histórica:
Largo onde se encontra a fonte de São João, mandada construir em 1808.
Santo António, Rua de
Começa: Rua Dr. Bernardo Vieira Ribeiro
Acaba: Rua Condes da Folgosa
Resenha histórica:
Topónimo adquirido por ali se encontrar a capela de Santo António, construída no final do século XVII.
Sousa, Largo do
Localização: entre a Rua Dr. Alberto Cruz e a Rua Conselheiro Rocha Peixoto
Resenha histórica:
Presume-se que este largo é parte do antigo Largo Sousa e Costa que em 1923 abrangia todo o actual Largo da Misericórdia. Sousa e Costa é descrito em reunião de câmara como "filho ilustre d´esta terra (...) ordenou a conclusão das obras do edifício do hospital d´esta vila o que representou um acto de altruísmo..."[23]
Santo António, Largo de
Localização: Junto à Capela de Santo António
Resenha histórica:
Topónimo adquirido por ali se encontrar a capela de Santo António, construída no final do século XVII.
Timor, Rua de Timor
Começa: Rua Dr. António Carneiro
Acaba: Junto a propriedade privada
Resenha histórica:
Timor foi uma colónia Portuguesa durante mais de quatro séculos, tendo obtido a sua independência em 1975, altura em que o governo Português passou o poder à Frente Revolucionária de Timor-Leste[24]. Este topónimo foi atribuído em 2001, inserindo-se num conjunto que procura relembrar o passado comum dos dois países.
Irene Dantas
Bibliografia
COSTA, Pd Avelino de Jesus, Subsídios Para a História da Terra da Nóbrega e do Concelho de Ponte da Barca, Ponte da Barca, Centro Cultural Frei Agostinho da Cruz e Diogo Bernardes, 1998
[1] Actas de Reunião de Câmara 1930-1932, Sessão Ordinária de 21/10/1931, fl. 130.
[2] Informação retirada da "Proposta de Identificação de Nomes de Ruas" aprovada
em Reunião Extraordinária de Câmara em 27/03/2001
[3] Padre Avelino de Jesus da Costa, Subsídios para a História da Terra da Nóbrega e do Concelho de Ponte da Barca, 1998, vol.I, pg. 152
[4] Informação retirada da "Proposta de Identificação de Nomes de Ruas" aprovada
em Reunião Extraordinária de Câmara em 27/03/2001
[5] Padre Avelino de Jesus da Costa, Subsídios para a História da Terra da Nóbrega e do Concelho de Ponte da Barca, 1998.
[6] Adelino Tito Morais, Lembrança Genealógica dos Rocha Peixoto de Barros, 1999.
[7] Idem, pag. 153
[8] José Lacerda, citado por Manuel da Cruz Fernandes in Noticias da Barca, Ponte da Barca, 20 de Abril de 2010, p.7.
[9] Informação retirada da "Proposta de Identificação de Nomes de Ruas" aprovada
em Reunião Extraordinária de Câmara em 27/03/2001.
[10] Idem
[11] Idem.
Nota: A questão da naturalidade de Fernão de Magalhães é ainda hoje uma questão muito debatida, sendo várias as localidades que afirmam ser berço do navegador. São, no entanto, conhecidos dois documentos régios que apontam o seu local de nascimento para a zona da Ribeira Lima, nomeadamente para Ponte da Barca.
[12] Idem
[13] Idem
[14] Idem
[15] Pd. Avelino Jesus da Costa, Subsídios Para a História da Terra da Nóbrega e do concelho de Ponte da Barca, 1998
[16] Lapa. In Diciopédia 2008.
[17] Actas de Reunião de Câmara 1923-1927, Sessão de 06/06/1923, fl. 9.
[18] Informação retirada da "Proposta de Identificação de Nomes de Ruas" aprovada
em Reunião Extraordinária de Câmara em 27/03/2001.
[19] Pd. Avelino Jesus da Costa, Subsídios Para a História da Terra da Nóbrega e do concelho de Ponte da Barca, 1998
[20] Informação retirada da "Proposta de Identificação de Nomes de Ruas" aprovada
em Reunião Extraordinária de Câmara em 27/03/2001.
[21] Cartografia Portuguesa, I, 1708, p. 324 in Padre Avelino Jesus da Costa.
[22] Pd. Avelino Jesus da Costa, Subsídios Para a História da Terra da Nóbrega e do concelho de Ponte da Barca, 1998
[23] Actas de Reunião de Câmara 1923-1927, Sessão de 06/06/1923, fl. 9.
[24] A liberdade dos Timorenses foi de curta duração uma vez que o território foi ocupado pela Indonésia no mesmo ano da sua independência.